O Brasil precisa crescer e muito para pensar em dizer que não há, em
hipótese alguma, qualquer indício de preconceito no país. Ainda há uma
grande parte do povo sem opinião ou conhecimento algum e, convenhamos,
muitos estão pouco se importando para o que acontece no país para pensar
na ideia da “exterminação” do preconceito. Vamos continuar nesta estaca
zero por um bom tempo. Ricos ficando mais ricos e pobres ficando mais
pobres. O preconceito anda incrustado nas pessoas mesmo depois de tanto
tempo, seja preconceito contra o que for. E muitos dizem que há tantas
coisas mais para se preocupar, como a saúde, educação e segurança. Mas
falaremos sobre o preconceito. Ah, o preconceito. Doce e amargo
preconceito. Eis que julgas uma laranja pela casca ou um livro pela
capa. Ninguém se importa com o seu interior, o exterior é que importa.
Preconceito contra magros, gordos, baixos, altos, pessoas de orelhas
grandes, narizes diferentes, homossexuais, brancos, negros. Preconceito
assumido, implícito através de brincadeiras, enrustido em maus olhares.
Ele está aí, caminhando ao seu lado. “Ah”, muitos dizem, “eu não tenho preconceito. Nunca tive. Sou uma pessoa de mente livre e aberta.”, mas depois está lá rindo do negro que tropeçou numa pessoa da rua e que o amigo disse “tinha mesmo que ser preto!”.
É, meu amigo, isso foi uma brincadeira preconceituosa. Racista. Por
mais inocente que tenha sido, foi uma brincadeira discriminatória. Por
mais que nos últimos anos houve uma aparente diminuição do pensamento discriminalista, ele ainda está aí. Infelizmente até mesmo dentro de
nossas próprias casas. Sem orgulho nenhum eu admito que quase todo ser
humano tem algum tipo de preconceito. Seja racial, homossexual,
preconceito musical, seja lá o que for. Entretanto, o preconceito não te
torna diferente, afinal, ao morrer, nos tornamos todos iguais. Ninguém
terá alguma regalia depois da morte. Todos entrarão em decomposição e
depois de alguns anos não restará nada além de ossos em nossas
sepulturas. Então, me diz, pra quê? Pra que viver tendo ódio de alguém
que não lhe fez mal nenhum, apenas nasceu diferente? Não pedimos para
nascer num mundo onde o preconceito tudo domina, mas também não somos
obrigados a termos a mesma opinião diante de um assunto tão delicado e
polêmico que ele é.
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