O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata imposta pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011, indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos. Para a maioria dos 15 mil entrevistados, a diferença entre a vida dos brancos
e de não-brancos é evidente no trabalho (71%), em questões relacionadas
à justiça e à polícia (68,3%) e em relações sociais (65%). O termo
apartheid social tem sido utilizado para descrever diversos aspectos da
desigualdade econômica, entre outros no Brasil, traçando um paralelo com a separação de brancos e negros na sociedade sul-africana, sob o regime do apartheid.1
O resultado da pesquisa, elaborada em 2008, não é exatamente uma
surpresa em um país onde, apesar de ser apenas metade da população
brasileira, os negros
elegeram pouco mais do que 8% dos 513 representantes escolhidos na
última eleição. Além disso, o salário de um homem branco no Brasil é, em
média, 46% superior em relação ao de um homem negro, o que também pode
ser explicado pela diferença de educação entre esses dois grupos.2
Daqueles que ganham menos de um salário mínimo,
63% são negros e 34% são brancos. Dos brasileiros mais ricos, 11% são
negros e 85% são brancos. Em uma pesquisa realizada em 2000, 93% dos
entrevistados reconheceram que existe preconceito racial
no Brasil, mas 87% dos entrevistados afirmaram que mesmo assim nunca
sentiram tal discriminação. Isto indica que os brasileiros reconhecem
que há desigualdade racial, mas o preconceito não é uma questão atual,
mas algo remanescente da escravidão. De acordo com Ivanir dos Santos
(ex-especialista do Ministério da Justiça para assuntos raciais), "há uma hierarquia de cor da pele onde os negros parecem saber seu lugar."3 Para a advogada Margarida Pressburger, membro do Subcomitê de Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ainda é "um país racista e homofóbico."4
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